ESCUTE|Reunião completa com paleontólogo Paul Sereno:
Como acontece6:27 Pesquisadores encontram ‘mamães’ de dinossauros com unguis como um cavalo
Já se passaram mais de 60 milhões de anos desde que os dinossauros com bico de pato vagavam pelo que hoje é chamado de oeste dos Estados Unidos e do Canadá.
Ou, mais precisamente, considerando que eles andavam por aí. Em seus unguis.
Isso, de acordo com um novo estudo sobre “mães de dinossauros” – fósseis nos quais as composições externas dos dinossauros são formadas em registros extraordinários em finas camadas de argila antiga.
Ele registra a primeira vez que unguis foram realmente descobertos em um dinossauro ou, na verdade, em qualquer tipo de réptil. Mas os cientistas por trás da exploração esperam que ainda mais apareçam, já que as pessoas sabem procurá-los.
“Presumo que as antenas das pessoas estarão ativas agora para tentar garantir que não haja nada lá quando estiverem se aprofundando”, disse Paul Sereno, paleontólogo da Universidade de Chicago, autor principal do estudo, ao apresentador do As It Occurs, Nil Köksal.
As pesquisas, publicadas na revista Scientific Research, retratam uma das imagens mais completas da atualidade sobre como realmente eram os dinossauros com bico de pato.
Além do mais, o estudo desvenda o enigma duradouro de como exatamente essas supostas mamães dinossauros surgiram.
As vacas da Duração Cretácea
Os dinossauros com bico de pato eram muito mais comuns do que seus contemporâneos ainda mais famosos do período Cretáceo, como o matador de ponta, o Tiranossauro, ou o dinossauro com chifres, o Triceratops.
Na verdade, esses herbívoros de quase três metros de comprimento eram o prato preferido do T. Rex.
Também chamados de Edmontosaurus – desde que os fósseis iniciais foram encontrados no sul de Alberta – eles vagavam uns com os outros em rebanhos gigantescos, pastando em plantas, semelhantes às vacas, cordeiros e cabras contemporâneos.
A percepção de um músico sem data revela o dinossauro Edmontosaurus, com bico de pato, tal como apareceu em vida 66 milhões de anos antes, com base em ‘mamães’ fossilizadas encontradas no centro-leste do Wyoming. (Dani Navarro/Reuters)
Assim como os animais que pastam hoje, esses dinossauros criaram unguis, estruturas que protegiam os dedos dos pés, sustentavam seu peso, proporcionavam aderência e ficavam em choque com o impacto de tudo que caminhava – e competia em suas vidas.
“É incrivelmente parecido com um cavalo ou ungui equino posterior, ou algo que você pode ver em um ente querido, uma anta ou um rinoceronte”, afirmou Sereno.
“Há um guarda ao redor do lado de fora, e depois uma espécie de núcleo mole na parte inferior que na verdade se parece com o animal unguis que se desenvolveu muito mais tarde.”
É um exemplo de uma sensação chamada desenvolvimento convergente, em que vários microrganismos desenvolvem individualmente atributos semelhantes – como as asas de pássaros, morcegos e os répteis voadores desaparecidos chamados pterossauros – enquanto se ajustam a atmosferas semelhantes ou nichos específicos ecológicos.
O que também é uma mamãe dinossauro?
Sereno e seus colegas de trabalho identificaram os unguis em um conjunto abrangente de fósseis chamados mamães de dinossauros. São sistemas esqueléticos que, à primeira vista, parecem cobertos por uma pele incrivelmente intacta.
Os cientistas têm revelado esses tipos de fósseis há mais de um século, muitos deles nas terras áridas do leste do Wyoming, em um local chamado “área da mamãe”.
Sereno e seus colegas pretendiam compreender o processo que desenvolve essas mamães. Mas o nome, ao que parece, é um pouco impróprio.
“As pessoas vão pensar nas mães egípcias e perguntar o que é uma mãe dinossauro? Essa foi a nossa pergunta para começar”, disse Sereno.
Uma fina camada de argila revela a pele escamosa de uma crista na parte traseira de um dinossauro adolescente com bico de pato chamado Edmontosaurus. (Tyler Keillor/Fossil Lab/Reuters)
A mumificação normalmente descreve a conservação da carne, seja deliberada ou totalmente natural. Mas essas mamães, ao que parece, não têm carne.
O estudo de pesquisa considera dois fósseis de dinossauros com bico de pato escavados nas profundezas do Wyoming no início dos anos 2000.
Sereno afirma que as amostras não incluem nenhum tipo de pele, DNA ou células.
É simplesmente argila.
Ambos os Edmontosaurus faleceram cerca de 66 milhões de anos antes, potencialmente em um período de seca, e suas carcaças secas foram cobertas por uma inundação instantânea que os deixou cobertos por uma película de argila com cerca de 0,025 centímetros de espessura.
Essa argila depois endureceu com a ajuda de germes. Quando a pele e a carne foram corroídas, sobraram ossos emoldurados por máscaras de argila que mantinham as formas dos animais, compostas pelo formato do corpo e pela pele escamosa.
“É uma representação atraente da aparência do animal de estimação”, afirmou Sereno.
Este modelo de mumificação já manteve vários outros microrganismos antes, mas os pesquisadores não presumiram que isso pudesse ocorrer em terra. É possível que as mães encontradas no site do Wyoming possam ter criado de maneira semelhante, disse Sereno.
Reconhecer exatamente como as mães dos dinossauros se desenvolvem pode ajudar os pesquisadores a revelar ainda mais deles, diz Mateusz Wosik, paleontólogo da Universidade da Misericórdia que não esteve envolvido na exploração. É importante procurar não apenas ossos de dinossauros, mas também impactos na pele e nas células moles que podem passar despercebidos ou talvez serem eliminados durante o processo de escavação.
Mais mães fornecem ainda mais compreensão sobre como esses animais se expandiram e viveram, diz Stephanie Drumheller, paleontóloga de vertebrados da Universidade do Tennessee,
“Cada vez que encontramos um, há uma grande quantidade de informações sobre esses animais de estimação”, disse Drumheller, que não foi associado ao estudo.
Uma foto do dinossauro com bico de pato ao lado do formato da estrela Sam Neill dos filmes Jurassic Park, para revelar o alcance. (Dani Navarro/Reuters)
Esses ingredientes, juntamente com o que os pesquisadores atualmente entendem de vários outros fósseis, repintam uma imagem abrangente de como era um dinossauro com bico de pato, da cabeça ao ungui.
De acordo com a pesquisa, ele possui uma crista que diminui o pescoço e as costas, que se transforma em uma fileira de pontas que diminuem a cauda. Sua pele era coberta por pequenas faixas semelhantes a seixos, muitas delas não maiores que as de um réptil comum.
E, como entendemos atualmente, foi cascoado.
“Este é um site”, afirmou Sereno. “Nós realmente entendemos esse dinossauro atualmente.”
.
Fuente



