A administração Trump anunciou na quinta-feira que eliminará tarifas sobre café, bananas, outras importações de alimentos e produtos têxteis selecionados de quatro países latino-americanos, numa tentativa de reduzir os preços para os consumidores americanos que lutam com os altos custos dos alimentos.
A Casa Branca alcançou acordos comerciais com Equador, Guatemala, El Salvador e Argentina que eliminarão impostos sobre produtos que não podem ser cultivados ou produzidos em quantidades suficientes nos EUA, de acordo com um alto funcionário da administração.
“Café, vamos reduzir algumas tarifas e pedir um pouco de café”, disse Trump durante uma entrevista na segunda-feira com a apresentadora da Fox News, Laura Ingraham, no “The Ingraham Angle”.
A administração Trump reduzirá as tarifas sobre as bananas para reduzir o custo dos mantimentos, disse um funcionário da Casa Branca. Helayne Seidman
Os acordos eliminarão as tarifas sobre bananas e café do Equador, bem como sobre café, têxteis e vestuário da Guatemala, disse o funcionário aos repórteres na quinta-feira.
As tarifas gerais aplicáveis aos quatro países permanecerão em vigor — 10% para a Guatemala, El Salvador e Argentina e 15% para o Equador.
O preço do café disparou 19% no ano passado até setembro, enquanto as bananas subiram 7%, mostram os dados do índice de preços ao consumidor.
O governo espera que os varejistas repassem as economias aos compradores, disse o funcionário.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, deu a entender o anúncio na quarta-feira, dizendo que a administração planeava anúncios “substanciais” que reduziriam os custos do café, bananas e outras frutas como parte de um esforço mais amplo para reduzir o custo de vida.
Os americanos compram quase todo o seu café no exterior, com 99% dos grãos vindos principalmente do Brasil e da Colômbia, segundo a Associação Nacional do Café.
Trump impôs ao Brasil – o maior produtor mundial de café – uma tarifa de 50% durante o verão, em resposta a um processo criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Colômbia está sob uma tarifa de 10%.
O secretário de Estado, Marco Rubio, reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, esta semana para discutir um acordo comercial entre as duas nações, disse o Departamento de Estado na quinta-feira.
Um acordo com o Brasil poderia impactar significativamente os preços do café, dado o papel dominante do país na produção global.
Os acordos-quadro com os quatro países latino-americanos devem ser concluídos dentro de duas semanas, disse o funcionário. Mais negócios poderão ser fechados antes do final do ano.
A administração também está a ter conversações “bastante construtivas” com outras nações da América Central e do Sul, bem como com a Suíça e Taiwan.
O acordo com a Argentina abrirá os mercados daquele país à carne bovina e de aves dos EUA. Também proíbe a Argentina de discriminar os serviços digitais americanos.
A redução tarifária segue-se a uma semana brutal para os republicanos nas urnas, enquanto os democratas conquistavam vitórias em Nova Jersey, Nova Iorque e Virgínia – com os eleitores citando custos de vida altíssimos.
A Casa Branca alcançou acordos comerciais-quadro com o Equador, a Guatemala, El Salvador e a Argentina que eliminarão os impostos sobre produtos que não podem ser cultivados ou produzidos em quantidades suficientes nos EUA. PA
A taxa de inflação geral em setembro aumentou 3% em relação ao mesmo ponto em 2024.
Trump concentrou-se na acessibilidade desde as perdas, embora continue a culpar os gastos do ex-presidente Joe Biden pelos preços elevados.
O New York Times informou na quinta-feira que a Casa Branca poderá conceder reduções tarifárias sobre carne bovina, frutas cítricas e outros alimentos importados para reduzir custos – mesmo de países sem acordos comerciais com os EUA.
Um porta-voz da Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário do Post.
O funcionário do governo disse que os acordos mantêm os níveis tarifários gerais, ao mesmo tempo que proporcionam alívio para produtos específicos e abrem os mercados estrangeiros aos produtos dos EUA de uma forma nunca antes feita.
Os acordos também incluem compromissos dos países de se absterem de impor impostos sobre serviços digitais às empresas de tecnologia dos EUA.



