Quando me sentei e liguei Culpa Nuestra (agora transmitido no Amazon Prime Video), pensei comigo mesmo, pensei: “é este aquele com o pedaço rico e taciturno da casa ao lado com o nome de um deus grego ou aquele com o pedaço rico e taciturno que é escritor ou aquele com o meio-irmão rico e taciturno que dirige carros muito rápido? Rapidamente descobri que é o meio-irmão, o terceiro de uma trilogia espanhola, embora a franquia seja confusa porque há um quarto que é igual ao primeiro, exceto que está em inglês. Então, inventário: a estreia foi Culpa Mia (tradução: Minha Culpa), a sequência foi Culpa Tuya (sim, Sua Culpa) e o mais recente (final?) É Culpa Nuestra (Nossa Culpa), compreendendo a história contínua (sem contar o refazer anglicizado, Minha Culpa: Londres) de meio-irmãos nos deixando muito desconfortáveis por fazer sexo na nossa frente. Frequentemente. Ou não com frequência suficiente, se você estiver atento apenas à pele, principalmente nesta. Então aperte o cinto para o drama mais insípido e insuficiente de todos os tempos, e agora você já deve saber no que está se metendo.
A essência: Culpa Nuestra simplesmente NÃO PODE ser o fim desta série. Quero dizer, há muitos outros pronomes por aí esperando para carregar o fardo da culpa! De qualquer forma. Tem Noah (Nicole Wallace), em um aeroporto, sentado ao lado de um cara fofo no voo para casa, um cara fofo que quase a distrai do ex, e também meio-irmão, Nick (Gabriel Guevara), cujo rosto está na capa da Forbes. Veja, o tempo passou desde Culpa Tuya, o suficiente para Nick assumir as rédeas da megacorporação de seu pai, que é um escritório de advocacia, uma seguradora, um hospital e certamente o resto de Ibiza também, provavelmente até a loja de maconha da esquina. Enquanto isso, Noah foi para a faculdade e essas merdas, e ainda temos uma cena em que ela atravessa o campus e caminha até uma mesa e pega seu diploma, que é como as pessoas se formam em filmes que estouram o orçamento de aluguel de carros esportivos e mansões.
De qualquer forma, novamente. Noah voa de volta para casa para – espere, onde é sua casa, afinal? É Ibiza, eu acho, mas também uma cidade grande, eu acho? Uma cidade grande com grandes edifícios e coisas assim? Não importa. É Fantasy Land, Espanha, uma bolha de pornografia imobiliária e algo na periferia da pornografia softcore, mas apenas duas vezes neste filme. Duas vezes! Em 112 minutos! Para um romance vigoroso, isso significa menos fundos nus, mais fundo do poço. De qualquer forma, Noah está aqui para o casamento de sua melhor amiga Jenna (Eva Ruiz) com Lion (Victor Varona), que parece custar insignificantes 900 mil, mais ou menos. Ela é a dama de honra. E como Nick é o melhor amigo de Lion, ele é o padrinho. Você pode ver onde isso vai dar. Talvez você se lembre de que esses meio-irmãos amantes (sim, nojento, ainda) tiveram uma grande briga no final do filme anterior, embora lembrar dessas coisas seja uma luta se você for como eu, e todas as séries de filmes softcore baseados em romances de merda começam a se confundir como viagens ruins com drogas. Então Lion e Jenna estão tentando orquestrar um reencontro, mas é simplesmente estranho e resulta em uma cena cintilante em que Noah e Nick ficam sentados em um silêncio constrangedor em um carro, jogando pequenos jogos passivo-agressivos com os vidros elétricos, um exercício cinematográfico que acho que rendeu a Daniel Day-Lewis um Oscar naquela vez.
Quando a recepção começa a terminar, nosso intrépido e insípido casal assume a posição no quarto do hotel. Isso está na marca de 21 minutos. O segundo bangeroo é aos 56 minutos. A terceira ocorre provavelmente após a rolagem dos créditos. Então esperem por suas vidas, porque de repente vocês estão aqui para o que quer que aconteça com essas pessoas – essas pessoas que são péssimas em tudo na vida, exceto em sondar os recantos uns dos outros.
Tudo nesta trama é complicado da maneira mais simplificada. Nick faz dupla com Sofia (Gabriela Andrada), mas ela parece aceitá-lo como ele é: um cretino que dorme regularmente com randos. Noah precisa de um emprego e tenta alguns idiotas (algo relacionado a distribuir panfletos de papel em patins? Em 2025?), mas acaba em uma empresa de tecnologia de propriedade, coincidentemente, do mesmo cara fofo que ela conheceu no avião, Simon Manbun (talvez não seja seu sobrenome verdadeiro, interpretado por Fran Morcillo), que a contrata, e então eles começam a namorar, porque Noah não pode ter um relacionamento que não esteja ativamente pintando o vermelho no Escala problemática. Não seria engraçado se Nick comprasse a participação majoritária nesse negócio de tecnologia para poder se intrometer no relacionamento deles? Não? Bem, isso acontece de qualquer maneira. Enquanto isso, Nick descobre que sua mãe está gravemente doente, o que entristece sua meia-irmã mais nova. O amigo de faculdade de Noah, Michael (Javier Morgade), aparece novamente e revela que está perturbado. E assim começa uma bola de neve de coisas incrivelmente ridículas que conspiram para formar um tornado de estupidez no ato final. E a única resposta razoável é mergulhar na vala mais próxima e esperar.
De quais filmes você lembrará?: Aquelas outras franquias terríveis mencionadas anteriormente? Os filmes After (After Ever Happy é um dos maiores títulos de filmes de todos os tempos) e Through My Windows. Tudo isso não existiria sem Cinquenta Tons ou Crepúsculo.
Desempenho que vale a pena assistir: Há um cachorro neste filme. Ele desempenha um papel muito importante na grande cena climática idiota. O nome do cachorro é Thor. Ele merecia uma apresentação anterior. Ele não merecia ser um artifício para trama – um verdadeiro canem ex machina.
Diálogo memorável: Nick nos lembra de seu antigo apelido para Noah em uma frase que me pareceu um desastre de tradução: “Ainda não consigo me controlar quando estou perto de você, Sardas. Isso vem acontecendo comigo desde sempre.”
Sexo e Pele: DUAS CENAS. E estão mornos como a sopa de ontem.
Nossa opinião: Se você achou que Nick era improvável nos dois primeiros filmes, bem, desta vez ele é lançado ao espaço e pousa no Planeta Idiota, na Galáxia Pindick, perto da Nebulosa Douchebag, tudo no Universo de Total Jerks. Ele demite um zilhão de pessoas na corporação para irritar seu pai, brinca com o coração da doce e sexy Sofia (a personagem menos confusa do filme), é um bosta petulante com Simon e mostra pouco respeito pelos interesses, personalidade, independência ou emoções de Noah. Mas ela não consegue resistir porque o conteúdo de seu crânio é pudim, água da torneira e um punhado de moedas. Não entendo o apelo. Esses personagens são vazios, inúteis e emocionalmente vazios e talvez sejam um retrato preciso de filhas e fracassos épicos de bilionários? Eu não saberia com certeza. Eu não conheço nenhuma dessas pessoas. Parece plausível, no entanto.
E assim essas quase-pessoas funcionam a serviço de uma trama que é uma série de coisas vagamente estruturadas que acontecem. Uma dessas coisas é uma reviravolta enorme que leva a um trecho dramático final que tenta amontoar todos os clichês de novela concebíveis em cerca de 12 minutos: chantagem, ex-namorados psicopatas há muito perdidos, uma perseguição de carro, uma corrida para um hospital, uma tentativa de assassinato, uma invasão de casa, um sequestro, um coma, acordar de um coma para que um monte de problemas sejam resolvidos fora da tela (por exemplo, todo aquele incesto idiota). BANGING YOUR STEPSIBLING) e o verdadeiro heroísmo de um cachorro que mal sabíamos que existia antes deste momento culminante. Sério, o que diabos vocês estão assistindo? Você não pode estar sóbrio. Posso comer um pouco? Por favor? Compartilhar é cuidar, lembre-se.
Nosso chamado: Entendo. Esses filmes deveriam ser prazeres culposos e idiotas, melhor consumidos enquanto oiiiiiggggghhhhhh. Não significa que sejam bons ou que deva recomendá-los. IGNORAR.
Como assistir Culpa Nuestra (culpa nossa)
John Serba é escritor freelance e crítico de cinema que mora em Grand Rapids, Michigan.
