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Painel da Suprema Corte do Brasil vota para manter Bolsonaro sob custódia policial

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Painel da Suprema Corte do Brasil vota para manter Bolsonaro sob custódia policial

Um painel do Supremo Tribunal Federal do Brasil votou por unanimidade para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro sob custódia da Polícia Federal depois que ele admitiu ter adulterado sua tornozeleira eletrônica.

Na segunda-feira, o painel de quatro juízes reuniu-se para avaliar se continuaria a prisão preventiva de Bolsonaro, depois de ele ter sido levado sob custódia no sábado.

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Os ministros do painel incluem Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Carmen Lucia e Flavio Dino. A votação permanece aberta até às 20h locais (23h GMT). Um quinto membro, Luiz Fux, passou para outro painel, portanto sua cadeira permanece vaga.

Ao explicar a decisão de segunda-feira, Moraes acusou Bolsonaro de fazer “repetidas” tentativas de violar ordens judiciais e explicou que o ex-presidente corre risco de fuga.

Bolsonaro demonstrou “desrespeito patente pelo sistema de justiça”, disse de Moraes.

“Não há dúvidas, portanto, sobre a necessidade de conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva, pela necessidade de garantir a ordem pública, assegurar a aplicação do direito penal e evitar o desrespeito às medidas cautelares já aplicadas.”

O ministro Dino também citou a possibilidade de Bolsonaro fugir do país para fugir da justiça.

“A suposta violação do monitoramento eletrônico não só aumenta o risco de fuga, mas também indica flagrante violação das medidas cautelares impostas pelo Poder Judiciário”, escreveu Dino.

Em setembro, o ultradireitista Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentar anular os resultados das eleições presidenciais de 2022, que perdeu.

Ele foi considerado culpado em cinco acusações. Incluíram a tentativa de golpe de Estado, a participação numa organização criminosa armada, a procura da abolição violenta do Estado de direito democrático, a participação em danos qualificados pela violência e a deterioração do património listado.

O mesmo painel que votou pela condenação de Bolsonaro se reuniu novamente na segunda-feira para determinar se ele deveria permanecer sob custódia.

Apenas um dos cinco ministros originais do painel, Fux, votou contra a condenação de Bolsonaro em setembro. Fux, porém, não permanece mais no painel.

Bolsonaro negou ter tentado fomentar um golpe e manteve sua inocência. Sua equipe de defesa enquadrou o processo como uma tentativa de diminuir sua popularidade política.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aliado de Bolsonaro, chamou o caso de “caça às bruxas” e procurou intervir em nome do ex-presidente, impondo tarifas exorbitantes ao Brasil e sancionando o juiz de Moraes.

Anteriormente, Bolsonaro havia sido mantido em prisão domiciliar em sua residência em Brasília, enquanto sua equipe de defesa tentava recorrer.

No início de novembro, o painel do Supremo Tribunal rejeitou a tentativa de Bolsonaro de anular a sua sentença. Desde então, seus advogados pediram ao tribunal que lhe permitisse cumprir sua pena de 27 anos em prisão domiciliar, citando problemas de saúde decorrentes de um esfaqueamento que Bolsonaro sobreviveu durante a campanha em 2018.

O juiz de Moraes ordenou que Bolsonaro fosse preso no sábado, depois que o homem de 70 anos supostamente danificou sua tornozeleira eletrônica com uma ferramenta de solda.

A juíza assistente Luciana Sorrentino posteriormente transmitiu ao tribunal que Bolsonaro relatou ter “alucinações” e “paranóia” que o levaram a acreditar que sua tornozeleira eletrônica continha “alguma escuta telefônica”. O ex-presidente disse ao juiz assistente que acreditava que uma mudança na medicação poderia ter provocado os sintomas.

A Polícia Federal indicou que Bolsonaro pode ter considerado fugir do país no passado, dados os seus crescentes problemas legais.

Em agosto, a polícia divulgou um relatório que documentava algumas das tentativas de Bolsonaro. As autoridades, por exemplo, afirmaram ter apreendido uma carta de 33 páginas dirigida ao governo do presidente argentino Javier Milei, também líder de direita, solicitando asilo.

Na carta, datada de fevereiro de 2024, Bolsonaro explica que tem sido “perseguido por motivos e crimes de natureza essencialmente política”.

Na mesma época da carta, Bolsonaro passou algumas noites na embaixada húngara em Brasília, levantando novas questões sobre se ele estaria buscando refúgio diplomático.

Um dos filhos de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, enfrenta atualmente julgamento por obstrução, com base na alegação de que ele solicitou ao governo Trump que interferisse ilegalmente no caso de seu pai.

Bolsonaro está atualmente detido em uma instalação da Polícia Federal em Brasília. Sua prisão encerrou mais de 100 dias de prisão domiciliar do ex-presidente.

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