Alegações conflitantes surgem antes da divulgação dos resultados oficiais pela comissão eleitoral do país.
Publicado em 25 de novembro de 2025
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Os dois principais candidatos às eleições presidenciais da Guiné-Bissau – o titular Umaro Sissoco Embalo e o principal adversário Fernando Dias – declararam vitória antes da divulgação dos resultados oficiais.
Ambas as campanhas afirmaram na segunda-feira que o seu concorrente excedeu o limite de 50 por cento necessário para vencer definitivamente, eliminando a necessidade de um segundo turno.
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“Vencemos a corrida presidencial. Não teremos uma segunda volta”, disse Dias aos apoiantes na capital, Bissau, acrescentando que as pessoas estavam “cansadas” e queriam mudanças.
Horas mais tarde, o porta-voz da campanha de Embalo, Oscar Barbosa, também afirmou que o presidente tinha vencido de imediato, insistindo que não haveria segundo turno e apelando aos rivais para evitarem fazer alegações que prejudiquem o processo eleitoral.
Não houve comentários imediatos da Comissão Nacional Eleitoral, que deverá anunciar resultados provisórios na quinta-feira, sobre as reivindicações conflitantes.
Doze candidatos competiram na votação de domingo, que teve uma participação de mais de 65 por cento.
O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o movimento que liderou a luta contra o domínio colonial português, foi impedido de apresentar um candidato pela primeira vez.
O partido apoiou Dias, impulsionando a sua campanha, especialmente depois do antigo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, o ter apoiado. O homem de 47 anos está no Partido da Renovação Social.
Embalo, de 53 anos, é um antigo general do exército que serviu como primeiro-ministro de 2016 a 2018. Pretende tornar-se o primeiro presidente da Guiné-Bissau em 30 anos a conquistar um segundo mandato.
Os partidos da oposição argumentam que o mandato de Embalo deveria ter terminado no início deste ano. O Supremo Tribunal decidiu que o seu mandato deveria durar até o início de setembro, mas a eleição foi adiada para novembro.
Embalo dissolveu o parlamento, que era controlado pela oposição após as eleições legislativas de 2019 e 2023, e não lhe permitiu reunir-se desde dezembro de 2023.
A Guiné-Bissau sofreu repetidos golpes e tentativas de golpe desde a sua independência, há mais de 50 anos, e continua a ser um dos países mais pobres do mundo, com metade da população a viver na pobreza, segundo o Banco Mundial.
Mais de 200 observadores internacionais estiveram no país para acompanhar o processo eleitoral, incluindo do bloco regional da África Ocidental, CEDEAO, da União Africana e da comunidade dos países de língua portuguesa.



