Em “Yakuza: Like a Dragon”, o Ryu Ga Gotoku Studio zombou de “Pokemon”, criando uma paródia da cena icônica em que o Professor Oak pedia ao herói que escolhesse um monstro de bolso inicial antes de se aventurar pelo mundo. Este minijogo “Sujimon” incentivou os jogadores a encontrar todos os diferentes tipos de inimigos no mundo e derrotar todos eles.
Com sua última entrada na série, “Pokemon Legends: ZA”, a Game Freak parece estar retribuindo o favor. A equipe que trabalha nos jogos da série principal tem usado a subsérie para experimentar novas ideias, em um esforço para sair dos moldes da franquia. Em “Pokemon Legends: Arceus”, a equipe apresentou Alpha Pokémon e um sistema de combate mais complexo que incorporou estilos e posicionamento de treinador junto com um enredo incomum que ocorreu no passado.
UMA GRANDE PARTIDA
“Pokemon Legends: ZA” é mais radical. Acontece cinco anos após os eventos de “Pokémon X” e “Pokémon Y”, enquanto os jogadores assumem o papel de Paxton (o herói masculino) ou Harmony (a heroína) que está visitando uma cidade Lumiose em reconstrução. Ao sair do trem, o personagem customizável acaba se envolvendo em um fiasco, onde os jogadores mostram que têm talento para lutar contra Pokémon.
Taunie, o líder da Equipe MZ, percebe essa habilidade e convida Paxton para ficar no Hotel Z, que é administrado por AZ, o rei de 3.000 anos da antiga Kalos, e seu notável Pokémon, um Floette. Os jogadores acabam se juntando à equipe de Taunie, que inclui Lida e Naveen, enquanto tentam subir na classificação de uma competição municipal chamada Royale ZA. É administrado pela corporação Quasartico, mas o concurso tem segundas intenções.
Os jogadores aprendem rapidamente que a empresa está tentando encontrar os treinadores mais fortes para lidar com o problema das Rogue Mega Evolutions que acontecem em Lumiose City. Os jogadores investigam o fenômeno enquanto acalmam Pokémon afetados pela doença.
Os jogadores encontrarão vários personagens enquanto sobem na classificação em “Pokemon Legends: ZA” para ganhar o status A. (Nintendo)
TONS DE ‘YAKUZA’
É uma narrativa que foge da fórmula típica. A razão para isso é que, como “Yakuza”, “Pokemon Legends: ZA” é uma história independente que se passa nas ruas da cidade. Para todos os efeitos, Lumoise City é a versão da Game Freak de Kamurocho, a versão do Ryu Ga Gooku Studio do distrito da luz vermelha da vida real em Tóquio. O único problema com isso é que a cidade inspirada em Paris não é tão detalhada ou tão animada.
Muito disso tem a ver com o design do mapa, que parece chato quando os jogadores não conseguem entrar na maioria dos edifícios, e o layout é composto por duas camadas planas – telhados e ruas. Lumiose City carece da natureza orgânica e do caos dos locais da vida real e parece mais um conjunto habitacional suburbano planejado.
Outro elemento decepcionante são as missões secundárias, que são uma das melhores partes da série “Yakuza”. Ryu Ga Gotuku tem o talento de comprimir histórias emocionantes e comédias barulhentas com essas tarefas opcionais, mas “Pokemon Legends: ZA” nunca atinge esse nível. Faltam minijogos que dariam mais personalidade aos diferentes distritos. As ruas da cidade de Lumiose parecem mortas com personagens circulando em um só lugar, mesmo durante emergências catastróficas.
O novo sistema de combate em “Pokemon Legends: ZA” acaba com a mecânica de RPG baseada em turnos e se concentra em lutas mais voltadas para a ação. (Nintendo)
COMBATE VISCERAL
Isso não significa que tudo em “Pokemon Legends: ZA” seja ruim. Sua história principal se encaixa bem com a mecânica do jogo, já que os jogadores geralmente pegam monstros de bolso durante o dia e, à noite, se juntam ao Royale ZA para ganhar dinheiro e subir na classificação nas zonas de batalha. Cada partida promocional é repleta de um arco cheio de drama e apresenta aos jogadores um elenco de personagens memorável, com um final forte.
A mudança mais significativa está na reformulação do sistema de combate, transformando “Pokemon Legends: ZA” em um RPG de ação, em vez de um RPG tradicional baseado em turnos. Agora, o posicionamento e o movimento são importantes à medida que os jogadores enviam seus monstros de bolso, atacam um adversário com o botão ZL e ordenam que a criatura execute um dos quatro ataques vinculados aos botões frontais.
Os movimentos não acontecem imediatamente porque os Pokémon passam por animações iniciais e tempos de espera, mas criam uma sensação mais visceral de combate. Esta nova forma de jogar cria novas estratégias e leva os jogadores a explorar novas combinações de conjuntos de movimentos. Agora, os movimentos com os maiores números não são necessariamente os melhores, mas sim aqueles que são rápidos e causam mais danos ao longo do tempo têm uma chance de se destacar. O desenvolvedor permite que os jogadores troquem facilmente os movimentos de entrada e saída, tornando a troca de carregamento mais simples.
É uma mudança bem-vinda, mas que pode parecer desajeitada, especialmente ao lutar contra uma horda de Pokémon inimigos ou batalhar online contra outros jogadores humanos em Batalhas Classificatórias Link Play. Também pode se tornar difícil em lutas contra chefes quando os jogadores também precisam levar em consideração a saúde do treinador. Se Paxton ou Harmony forem atingidos muitas vezes, eles desmaiarão e os jogadores terão que reiniciar a batalha.
Apesar de suas falhas, “Pokemon Legends: ZA” deve ser elogiado pela forma como altera a fórmula da franquia usando “Yakuza” como modelo. Não faz tudo bem, mas a mudança é importante para a franquia porque é assim que ela pode crescer e evoluir, às vezes em direções inesperadas.
‘Pokémon Legends: Z-A’
2½ estrelas de 4
Plataforma: Nintendo Switch 2, Nintendo Switch
Avaliação:Todos com 10 anos ou mais



