As autoridades chinesas lançaram a investigação sobre as importações européias de carne de porco no ano passado, durante o escrutínio de Bruxelas dos subsídios estaduais de Pequim para a indústria doméstica de veículos elétricos. Foto: Pedro Pardo / AFP / arquivo
Fonte: AFP
A China disse na sexta-feira que imporia tarefas temporárias antidumping sobre as importações de carne de porco da União Europeia, dando outro golpe aos laços instáveis entre as potências econômicas.
Pequim e Bruxelas navegaram em um relacionamento desafiador nos últimos anos, complicado pela invasão da Ucrânia em 2022 pela Rússia.
As autoridades chinesas lançaram a investigação sobre as importações européias de carne de porco no ano passado, durante o escrutínio de Bruxelas dos subsídios estaduais de Pequim para a indústria doméstica de veículos elétricos.
A investigação “determinou preliminarmente que as importações de subprodutos de carne de porco e porco relevantes originários da União Europeia estão sendo despejados”, disse uma declaração do ministério de comércio da China.
As autoridades decidiram implementar “medidas anti-dumping provisórias na forma de depósitos”, acrescentou.
Os direitos de importação variam de 15,6 % a 62,4 % e entrarão em vigor em 10 de setembro, continuou o comunicado.
As medidas provisórias ainda estão sujeitas à investigação do Ministério do Comércio, que já havia sido estendida até dezembro.
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A China – o principal consumidor mundial de carne de porco – importou 4,3 bilhões de yuans (US $ 604,3 milhões) em produtos de carne de porco do grande produtor europeu apenas na Espanha no ano passado, de acordo com dados alfandegários oficiais chineses.
Relações irritantes
A jogada de Pequim vem logo após uma blitz diplomática que viu o Presidente Xi Jinping se encontrar cara a cara com vários adversários proeminentes dos governos ocidentais, incluindo Vladimir Putin da Rússia e Kim Jong Un, da Coréia do Norte.
O principal diplomata da UE Kaja Kallas criticou na quarta -feira a aparição conjunta dos três líderes em um desfile marcando o 80º aniversário do final da Segunda Guerra Mundial como “um desafio direto ao sistema internacional construído sobre as regras”.
A declaração de Kallas atraiu palavras de escolha de um porta -voz do Ministério das Relações Exteriores da China, que disse na quinta -feira que “os comentários feitos por um certo funcionário da UE estão cheios de preconceito ideológico”.
Para grande desgosto dos líderes da UE, Pequim nunca denunciou a guerra da Rússia nem pediu que ele retire suas tropas.
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Muitos dos aliados da Ucrânia acreditam que a China apoiou Moscou, pedindo repetidamente a Pequim a exercer pressão sobre Putin para terminar a guerra.
A China insiste que é um partido neutro, pedindo regularmente o fim dos combates e acusando os países ocidentais de prolongar o conflito armar a Ucrânia.
No início da sexta -feira, o Ministério das Relações Exteriores de Pequim disse que “se opõe fortemente” aos pedidos do presidente dos EUA, Donald Trump, para que os líderes europeus pressionem a China sobre a guerra na Ucrânia.
Os últimos anos viram desacordos políticos entrincheirados entre Pequim e Bruxelas ameaçar seu forte relacionamento econômico.
A briga comercial atual explodiu no verão passado, quando a União Europeia passou a impor tarifas pesadas aos VEs importados da China, argumentando que os subsídios de Pequim estavam prejudicando injustamente os concorrentes europeus.
Pequim negou essa reivindicação e anunciou o que foi amplamente visto como sondas de retaliação sobre produtos de porco europeu importados, conhaque e laticínios.
Fonte: AFP