O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, rejeita as críticas aos polêmicos ataques contra supostos traficantes de drogas.
Publicado em 13 de novembro de 2025
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A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elaborou um parecer jurídico afirmando que os militares dos EUA envolvidos em ataques militares na costa da América Latina estão imunes a processos, informaram o The Washington Post e a agência de notícias Reuters.
O Gabinete de Consultoria Jurídica do Departamento de Justiça forneceu à Casa Branca o parecer sobre a questão da responsabilidade criminal pelos ataques a navios no Caribe, informaram os meios de comunicação na quarta-feira, citando múltiplas fontes familiarizadas com o assunto.
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As greves contra alegados traficantes de droga têm estado sob intenso escrutínio por parte dos democratas, de especialistas jurídicos e até de alguns republicanos desde que começaram, em Setembro.
Os militares dos EUA realizaram pelo menos 19 ataques a barcos que alegadamente transportavam drogas nas Caraíbas e no Pacífico, matando pelo menos 76 pessoas.
A Casa Branca afirma que os ataques fazem parte de “um conflito armado não internacional” contra “narcoterroristas” e “combatentes ilegais” com ligações ao venezuelano Nicolás Maduro.
A administração Trump não divulgou provas de que os barcos transportavam drogas.
A administração do antigo presidente dos EUA, George W. Bush, cunhou o termo “combatente ilegal” para negar a certos inimigos as protecções dos EUA ao abrigo da Convenção de Genebra.
O termo, que não é mencionado na Convenção, é controverso no direito internacional e foi rejeitado por muitos defensores dos direitos humanos e juristas.
“O regime de Maduro é um regime narcoterrorista indiciado no Distrito Sul dos Estados Unidos por narcoterrorismo, mas, mais importante, é também uma organização de transbordo que permite que estes grupos operem a partir do seu território nacional.” – @SecRubio pic.twitter.com/RP9sVJcbZk
– Departamento de Estado (@StateDept) 13 de novembro de 2025
As ações de Washington deixaram desconfortáveis até mesmo alguns dos seus aliados mais próximos.
Na terça-feira, a CNN informou que o Reino Unido tinha parado de partilhar informações sobre operações de tráfico de drogas com os EUA, embora Londres e Washington tenham laços profundos de inteligência e defesa.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, disse no mesmo dia que os ataques violavam o direito internacional, enquanto participava de uma reunião ministerial do G7 no Canadá.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, rejeitou as críticas, dizendo aos repórteres que nenhum dos membros do G7 levantou a questão durante a cimeira de dois dias, segundo a Reuters.
“Não creio que a União Europeia consiga determinar o que é o direito internacional”, disse Rubio aos jornalistas na quarta-feira, a partir de uma base aérea dos EUA.
“Eles certamente não conseguem determinar como os Estados Unidos defendem a sua segurança nacional.”
Rubio também negou a reportagem da CNN.
“Nada mudou ou aconteceu que tenha impedido de alguma forma a nossa capacidade de fazer o que estamos fazendo”, disse Rubio.
“Nem estamos pedindo a ninguém que nos ajude com o que estamos fazendo.”



