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A Grand Central Station foi totalmente tomada pelos ‘Humanos de Nova York’

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A Grand Central Station foi totalmente tomada pelos ‘Humanos de Nova York’

Pela primeira vez na história da Grand Central Station não há anúncios, apenas arte.

O fotógrafo Brandon Stanton transformou o centro de trânsito em “Dear New York”, uma ambiciosa instalação artística de duas semanas. Ele substituiu toda a sinalização comercial do terminal de 112 anos por retratos de colegas nova-iorquinos e suas histórias pessoais, e projetou imagens de seus súditos de 15 metros de altura nas paredes de mármore da estação.

A exposição ‘Dear New York’ de Brandon Stanton transformou a Grand Central em um retrato abrangente da cidade – substituindo anúncios pelos rostos e histórias de nova-iorquinos de todas as esferas da vida. PARQUE EMMY

“É o maior uso de espaço físico para uma única instalação na história do sistema de metrô de Nova York”, disse Stanton ao The Post sobre o projeto, que vai até 19 de outubro. “Esta foi uma tentativa de recriar a cidade e seu povo em um único edifício. É isso que estou tentando celebrar.”

O homem de 41 anos também é o homem por trás da conta fenomenalmente popular do Instagram Humans of New York (@humansofny), da qual a exposição se baseia.

Depois de perder o emprego como corretor de títulos em Chicago, Brandon Stanton mudou-se para Nova York com uma câmera e uma ideia: contar a história da cidade, um estranho de cada vez. PARQUE EMMY

Em 2010, ele perdeu o emprego como corretor de títulos em Chicago e mudou-se para Nova York para iniciar um projeto de documentário inerentemente simples: ele tirava fotos de moradores locais, entrevistava-os e depois compartilhava suas fotos e histórias com o mundo.

“Quando cheguei à cidade de Nova Iorque pela primeira vez, a minha impressão foi que o mundo inteiro estava aqui – todas estas crenças, etnias, culturas e pontos de vista, amontoados nas mesmas calçadas, nos mesmos metropolitanos”, disse ele.

A exposição ‘Dear New York’ foi inspirada – e parcialmente financiada – pelo livro de mesmo nome de Stanton. PARQUE EMMY

Quinze anos depois, ele capturou mais de 10 mil pessoas nos cinco distritos – desde dançarinos go-go e financiadores de hedge até guardas de trânsito e pais sem-teto. Ao longo do caminho, ele acumulou mais de 12 milhões de seguidores no Instagram e publicou quatro livros best-sellers.

O mais recente, também chamado de “Dear New York”, foi lançado no início deste mês e serve como uma espécie de registro para a enorme exposição, que inclui mais de 150 telas digitais espalhadas pela estação.

Somente o nível do metrô representa 20% da exposição – e marca o maior uso do espaço físico para uma única instalação de arte na história do MTA. PARQUE EMMY

Em uma galeria infantil, localizada em uma das alas do terminal, Stanton planejou originalmente apresentar retratos tirados por 300 crianças em idade escolar de Nova York. Mas, quando chegaram mais de 600 inscrições, ele se recusou a cortar qualquer pessoa – em vez disso, adicionou molduras digitais para que todos pudessem ser incluídos.

Várias crianças apareceram para tirar fotos durante a entrevista do The Post, e Stanton não conseguiu esconder sua alegria.

“Há muito tempo que esperava por este momento”, disse o artista, que financiou a instalação com o adiantamento do livro e poupanças pessoais. “Eu era apenas um cara maluco com esse sonho maluco de transformar todo o prédio em uma obra de arte.”

Dentro da instalação há uma galeria dedicada que exibe retratos de crianças em idade escolar de Nova York. PARQUE EMMY

Para Stanton, que trabalhou sozinho durante anos, o empreendimento marca a primeira vez que ele trabalhou de forma tão colaborativa.

Mais de 100 pessoas estiveram envolvidas para dar vida ao projeto. Os principais deles foram os diretores co-criativos David Korins, um designer da Broadway que trabalhou em “Hamilton” e “Dear Evan Hansen”, e Andrea A. Trabucco-Campos, sócia da Pentagram Design, a maior consultoria de design do mundo.

Para Stanton e sua equipe, era importante que os retratos não mostrassem seu apelido.

“O MTA tem uma regra segundo a qual você deve escrever o nome da sua marca (em qualquer display) para identificar quem pagou por ela”, disse Stanton. “Esse foi um grande obstáculo porque (eu acreditava que deveria) ser apenas as pessoas e suas histórias. Quando você passa por aqui, não pode parecer que você está sendo vendido.”

Stanton ancorou o projeto na Grand Central por causa do que corre abaixo dele: o trem 7, que ele acredita ser o espaço humano mais densamente povoado do planeta. PARQUE EMMY

Tanto ‘Humans of New York’ quanto ‘Dear New York’ compartilham a mesma premissa simples: fotografar um estranho, fazer algumas perguntas, deixar sua história falar por si. PARQUE EMMY

Esse sentimento reflete a tese mais ampla por trás de Humans of New York: Stanton nunca assumiu uma postagem patrocinada, nunca alterou sua abordagem para se adequar ao algoritmo, nunca perseguiu a viralidade em detrimento da autenticidade.

“Mudei-me para Nova York para ser artista – não para ter muitos seguidores, não para ter muito dinheiro”, disse ele. “Já se passaram 15 anos, mas estou fazendo a mesma coisa que sempre fiz. As histórias são poderosas.”

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