A diferença de gols de -22 da Namíbia foi a terceira pior na fase da liga da Copa do Mundo Júnior Masculina da FIH de 2025. Sofreu 12 no jogo de abertura do Grupo D contra a Bélgica e 13 contra a Espanha.
Ele tropeçou em uma derrota nos pênaltis para a Áustria nas rodadas de classificação 17 a 24, encerrando suas esperanças de ganhar o recém-criado Troféu Challenger, antes de cair para o Canadá. Agora terminará entre as duas últimas equipes da competição.
Mas estas derrotas são apenas uma pequena mancha no panorama geral da nação subsaariana. Há dois anos, mesmo o torcedor mais otimista da Namíbia teria descartado o sonho da Copa do Mundo como inatingível. Essa é a escala de conquistas que o time alcançou ao se classificar para a Copa do Mundo Júnior Masculina de 2025. Os meninos agora viveram seu sonho.
Uma campanha para saborear
A Namíbia foi eliminada depois de terminar em segundo lugar na Copa Africana Júnior Masculina de 2024, disputada em casa, em Windhoek. A equipe também nunca foi uma candidata regular no evento continental. A edição de 2024 foi apenas a segunda vez que participou das eliminatórias, oito anos após sua estreia.
A nação enfrentou os pesos pesados tradicionais África do Sul (6 vezes vencedor), Egito (5 vezes vencedor), Zimbábue e Quênia, com apenas três vagas em disputa. Um desempenho único na vida viu a Namíbia vencer todos, exceto a África do Sul, para reservar seus ingressos para a Copa do Mundo.
“Não íamos a uma eliminatória há cerca de seis (sic) anos. Então não sabíamos o que esperar. Fomos jogados no fundo do poço quando nosso primeiro jogo foi o Egito e o segundo foi a África do Sul. Conseguimos vencer o Egito por 3 a 1, o que tornou todo o caminho mais fácil”, disse John-Paul Britz, o capitão.
Um desempenho único na vida viu a Namíbia vencer todos, exceto a África do Sul, para reservar seus ingressos para a Copa do Mundo. | Crédito da foto: Arranjo Especial
Um desempenho único na vida viu a Namíbia vencer todos, exceto a África do Sul, para reservar seus ingressos para a Copa do Mundo. | Crédito da foto: Arranjo Especial
“Acabamos por vencer o Quénia, o Zimbabué e a Zâmbia. Posso dizer que definitivamente merecemos estar aqui”, afirmou.
“Nunca havíamos derrotado o Egito em nossa história. Vencemos eles no primeiro jogo. Acho que isso foi um grande impulso para os jogadores, que eles perceberam: ‘Nós podemos fazer isso’. O Zimbábue também sempre nos venceu. Conseguimos vencê-los também. Estávamos fazendo algo certo e funcionou”, repetiu o técnico Johann Weyhe.
Obstáculos
A história foi feita. Uma vaga na Copa do Mundo de Juniores estava reservada. Mas o verdadeiro teste da Namíbia foi a preparação para o torneio.
“Isso foi muito difícil. Alguns dos jogadores estão na universidade na África do Sul. Só tínhamos nove dos 18 jogadores em Windhoek para treinar. Tivemos que enviar-lhes todas as informações e o que precisavam fazer, e assim por diante. Um dos nossos jogadores fica na Irlanda”, disse o treinador.
“Talvez seja um choque para o mundo, mas só temos cinco clubes em toda a Namíbia. Desses cinco clubes, tivemos que selecionar times Sub-21. E com esse time, passamos pela AFCON e também jogamos a Copa do Mundo”, acrescentou.
Muitos dos jogadores da Namíbia, incluindo o capitão Britz, têm experiência no hóquei indoor. A equipe está em oitavo lugar no ranking mundial na variante indoor e já disputou três Copas do Mundo, terminando em oitavo na edição mais recente.
A Namíbia está em oitavo lugar no ranking mundial na variante indoor e participou de três Copas do Mundo, terminando em oitavo na iteração mais recente. | Crédito da foto: Arranjo Especial
A Namíbia está em oitavo lugar no ranking mundial na variante indoor e participou de três Copas do Mundo, terminando em oitavo na iteração mais recente. | Crédito da foto: Arranjo Especial
“Não temos números para jogar com diferentes conjuntos de jogadores para ambos (campo e indoor). Mas o que eu gosto como técnico nacional é que as habilidades do hóquei indoor também podem ser utilizadas no hóquei em campo. Isso nos ajuda com o trabalho com o taco e outras coisas”, explicou Wehye.
“O campo no hóquei indoor é muito menor”, destacou Britz. “A bola não pode sair do chão. No outdoor, você pode passar por cima, bater, dar um tapa e também rebater. Gosto mais do outdoor, mas sou melhor no indoor”, acrescentou o artilheiro do time na Copa do Mundo Indoor de 2025, na Croácia.
O capitão Britz tem 21 anos, mas já está focado em abrir caminho para as futuras gerações de jogadores de hóquei em campo da Namíbia.
“Temos um grupo de liderança. Nosso trabalho é construir uma cultura para que, quando esses caras se tornarem seniores, a cultura não mude. Se a base for sólida, então ela se desenvolverá na seleção masculina nacional”, disse ele.
As coisas podem não ter saído como planejado em Madurai. Mas foi traçado um caminho para os jovens namibianos replicarem, se não superarem, o que estes pioneiros realizaram.
Publicado em 07 de dezembro de 2025




