MANCHESTER, Inglaterra – O técnico da Inglaterra, Thomas Tuchel, não deveria precisar de um lembrete sobre o quão bom Phil Foden é. Mas se ele estava assistindo à vitória do Manchester City por 4 a 1 sobre o Borussia Dortmund na quarta-feira, ele conseguiu de qualquer maneira.
Tuchel anunciará sua última seleção na sexta-feira, antes das eliminatórias para a Copa do Mundo contra Sérvia e Albânia. Nesse sentido, os dois gols de Foden no Etihad Stadium foram na hora certa. Deixado de fora das últimas três seleções nacionais devido a uma combinação de lesão, cansaço mental e perda de forma, o jogador de 25 anos não tem muito tempo para garantir que estará no avião para a Copa do Mundo do próximo verão nos EUA, Canadá e México. Contra o Dortmund, ele mostrou exatamente por que deveria estar no torneio.
Tuchel tem uma variedade de jogadores de ataque para escolher e ainda existe a possibilidade de alguns grandes nomes ficarem de fora. Quando Foden joga assim, parece impossível que ele seja um deles.
“Thomas é muito inteligente e sábio e sabe exatamente o que a seleção nacional precisa, e acho que Thomas conhece Phil perfeitamente”, disse o técnico do City, Pep Guardiola. “Não há ninguém neste país, ninguém no mundo, que não conheça a sua qualidade e capacidade.
“Mas a Inglaterra tem muita sorte de ter uma montanha de bons jogadores. Nesta posição há muitos, e é por isso que Phil tem que se esforçar para ser cada vez melhor e melhor, e quando for chamado (para a Inglaterra), diga: ‘OK, vou mostrar o quão bom sou.'”
Deixado de fora das últimas três seleções da Inglaterra, Phil Foden apostou em sua vaga em novembro com dois gols na Liga dos Campeões contra o Borussia Dortmund. Imagens de Molly Darlington / Getty
Este foi o melhor de Foden – ocupado, enérgico e perigoso, mesmo nos espaços mais apertados. Apenas alguns jogadores têm confiança para pedir a bola quando estão rodeados de defesas adversários. Menos ainda são capazes de criar algo a partir do que às vezes pode parecer uma situação impossível. Foden, que recebeu um papel central de Guardiola, fez isso duas vezes contra o Dortmund, ao marcar os primeiros dois gols da sua carreira na UEFA Champions League.
Guardiola disse depois que nos primeiros 10 minutos a sua equipa “não sabia onde estava”. Tudo mudou quando eles colocaram Foden com a bola.
A meio da primeira parte, Foden recebeu um passe aparentemente inócuo de Tijjani Reijnders. Os visitantes de camisa amarela – apoiados furiosamente durante toda a noite por seu grupo de torcedores viajantes – pareciam relativamente bem posicionados. Mas com três toques delicados, Foden conseguiu virar, tirar a bola dos pés e finalizar de pé esquerdo no canto inferior. Surgiu quase do nada, o tipo de gol que deixa os jogadores boquiabertos olhando uns para os outros, tentando em vão descobrir como aconteceu.
– Classificando os ‘Big Six’ da Premier League: Arsenal e A; Liverpool a D
– Relatório: Foden e Haaland quatro Man City derrotam o Borussia Dortmund
O segundo de Foden foi talvez ainda melhor. Mais uma vez ele fez um passe simples fora da área e transformou em gol. Coberto por três zagueiros do Dortmund, ele abriu caminho e pela segunda vez acertou o canto da rede com o pé esquerdo.
Ramy Bensebaini, número 5 do Dortmund, estava tão sem ideias sobre como detê-lo que recorreu a empurrar Foden pelas costas no momento em que Foden decidiu chutar. Não importava, e a bola ainda passou pelo goleiro do Dortmund, Gregor Kobel. Quando Bensebaini recuperou o equilíbrio, Foden estava correndo para comemorar com os substitutos do City que se reuniram perto da bandeira de escanteio.
“Você sabe quantas vezes, em quantos anos, vimos esse tipo de gol de Phil”, disse Guardiola. “Sentimos muita falta dele na temporada passada, inclusive nesta temporada. Acho que ele vai nos ajudar muito. Ele está confiante para fazer esse tipo de gol, que não é chutar forte, é só colocar a bola perto da trave.
Tudo da ESPN. Tudo em um só lugar.

Assista aos seus eventos favoritos no aplicativo ESPN recém-aprimorado. Saiba mais sobre qual plano é ideal para você. Inscreva-se agora
“Nesta temporada, ele está de volta. Quando Phil está nesse nível, jogando nas entrelinhas, nas caçapas, não importa o que aconteça. Não é preciso falar muito porque ele é um jogador especial, mas precisamos de seus gols, definitivamente.”
Foden sentirá que fez tudo o que pôde para voltar à seleção inglesa. Agora cabe a Tuchel. Até agora, durante o seu reinado, o alemão tem feito questão de sublinhar a importância do grupo sobre os indivíduos. É uma das razões pelas quais ele não teve pressa em reconvocar Jude Bellingham, que junto com Foden ficou de fora das partidas internacionais de outubro.
Enquanto Tuchel traça um caminho para a glória na Copa do Mundo, permanece uma questão sobre como ele encaixa Foden, Bellingham, Bukayo Saka, Cole Palmer, Harry Kane e os demais no mesmo time. O ex-técnico da Inglaterra Gareth Southgate enfrentou o mesmo problema antes da Euro 2024. Foden acabou se destacando na ala esquerda, apesar de ter sido coroado o melhor jogador da Premier League apenas algumas semanas antes. Argumenta-se que Foden ainda não redescobriu a sua melhor forma desde aquele torneio na Alemanha, quando chegou como a grande esperança do país e saiu parecendo um estranho.
A Copa do Mundo é a próxima chance para a Inglaterra conquistar seu primeiro troféu em 60 anos. O desempenho de Foden contra o Dortmund foi um empurrãozinho oportuno para Tuchel de que ele deveria estar lá.



