O Warner Music Group disse na quarta-feira que chegou a um acordo com a startup de inteligência artificial Udio, encerrando uma batalha legal sobre preocupações de que músicas protegidas por direitos autorais estivessem sendo usadas para treinar modelos de IA.
Sob um acordo, a Udio lançará uma plataforma no próximo ano usando modelos de IA treinados em músicas licenciadas e autorizadas, disseram as empresas sediadas em Nova York. A música poderia incluir conteúdo das editoras do WMG, proporcionando novas receitas para artistas e compositores que optarem por participar, acrescentaram as empresas.
A Udio se recusou a dizer quais artistas estariam envolvidos em sua nova plataforma e a WMG não retornou um pedido de comentário. A lista de artistas do WMG inclui Ed Sheeran, Fleetwood Mac e Madonna.
A plataforma atual da startup permite aos usuários escrever prompts de texto e criar músicas usando IA. A nova versão, com lançamento previsto para o próximo ano, permitirá aos usuários criar remixes, covers e novas músicas com as vozes dos artistas e as composições dos compositores que optarem por participar e esses artistas e escritores serão creditados e pagos, disseram as empresas.
“Esta colaboração está alinhada com nossos esforços mais amplos para desbloquear de forma responsável o potencial da IA – alimentando novas possibilidades criativas e comerciais e ao mesmo tempo continuando a oferecer experiências inovadoras aos fãs”, disse Robert Kyncl, CEO da WMG, em um comunicado.
WMG, Universal Music Group (UMG), Sony Music Entertainment e outras empresas musicais processaram a Udio no ano passado. No processo, Udio foi acusado de usar sucessos como “My Girl”, do The Temptations, para criar uma melodia semelhante chamada “Sunshine Melody”. UMG detém os direitos autorais de “My Girl”.
Udio disse que milhões de pessoas usaram o Udio desde seu lançamento em 2024, mas não divulgou especificamente quantos downloads ou usuários de sites ele possui.
UMG fez um acordo com a Udio no mês passado. Udio se recusou a divulgar os termos do acordo UMG. A empresa de tecnologia também não ofereceu detalhes financeiros sobre a colaboração de sua plataforma com o WMG, ou quais artistas estariam envolvidos.
“A colaboração com o WMG é um marco significativo em nossa missão de redefinir como a IA e a indústria musical evoluem juntas”, disse Andrew Sanchez, cofundador e CEO da Udio, em comunicado. “Esta parceria é um passo crucial para concretizar um futuro em que a tecnologia amplifica a criatividade e abre novas oportunidades para artistas e compositores.”
O avanço da inteligência artificial nas artes causou uma série de emoções na indústria do entretenimento – desde o medo de substituição de emprego até novas formas de testar ideias ousadas em vídeos musicais e experimentação musical com orçamentos mais reduzidos.
Depois que o acordo UMG-Udio foi anunciado, Jordan Bromley, membro do conselho da organização sem fins lucrativos Music Artists Coalition e líder do Manatt Entertainment Group, disse que estava “cautelosamente otimista, mas insistente nos detalhes”.
“A verdadeira parceria requer supervisão e remuneração adequadas para todas as partes envolvidas”, disse Bromley em comunicado. “A indústria precisa acertar isso – para os artistas, para os fãs e para o futuro da própria música.”



