O ex-presidente Jair Bolsonaro endossou a campanha de seu filho mais velho para ser o próximo presidente do Brasil na corrida de 2026.
Publicado em 10 de dezembro de 2025
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O senador de extrema direita Flavio Bolsonaro reafirmou seu compromisso de concorrer à corrida presidencial do Brasil em 2026, apesar das críticas de que ele parecia estar negociando abertamente sobre se continuaria como candidato.
Na terça-feira, Bolsonaro se reuniu com repórteres em frente à sede da Polícia Federal na capital Brasília, onde seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, cumpre pena de 27 anos por tentativa de fomentar um golpe.
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O jovem Bolsonaro disse que comunicou ao pai que não recuaria na disputa de 2026.
“Eu disse a ele que essa candidatura é irreversível”, disse Flávio. “E em suas próprias palavras: ‘Não vamos voltar atrás’. Agora é hora de falar com as pessoas, para que possamos ter as pessoas certas ao nosso lado.”
O senador também tentou esclarecer os comentários que geraram a polêmica inicial.
No domingo, Flávio surpreendeu ao dizer à mídia brasileira que poderia sair da corrida – pelo “preço” certo.
“Existe a possibilidade de eu não ir até o fim”, disse Flavio na época. “Tenho um preço por isso. Vou negociar.”
Ele se recusou a informar qual seria esse preço, mas seus comentários foram amplamente interpretados como uma referência à prisão de seu pai.
Em setembro, um painel do Supremo Tribunal do Brasil condenou Jair por cinco acusações relacionadas com as suas tentativas de anular as eleições presidenciais de 2022, incluindo uma acusação de busca pela abolição violenta do Estado democrático de direito.
Jair perdeu a corrida de 2022 para o atual presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, um líder de esquerda que anunciou que concorrerá a um quarto mandato em 2026.
Em novembro, o painel do Supremo Tribunal Federal ordenou que Jair fosse levado sob custódia para iniciar a sentença, depois que o ex-presidente admitiu ter danificado sua tornozeleira eletrônica.
Separadamente, em 2023, o Tribunal Supremo Eleitoral do Brasil decidiu que Jair deveria ser impedido de exercer cargos públicos por oito anos, como pena por uso indevido do cargo presidencial para espalhar falsidades eleitorais.
Desde a detenção, Jair apoiou a candidatura do filho mais velho na disputa de 2026. O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, também confirmou na sexta-feira que o endosso de Jair significava que Flávio realmente lideraria a chapa do partido.
Desde então, Flávio recebeu outros apoios da direita, inclusive do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que anteriormente era considerado um favorito para representar o PL.
Mas os comentários de Flávio no domingo colocaram em dúvida sua candidatura nascente.
Os críticos, inclusive do Partido dos Trabalhadores de Lula, aproveitaram a sugestão de Flávio de um “preço” para questionar a sua ética e compromisso.
“Ninguém lança uma candidatura num dia e no dia seguinte diz: ‘Olha, posso negociar’”, disse Edinho Silva, presidente do Partido dos Trabalhadores, aos jornalistas. “Não sou só eu. Ninguém levaria isso a sério.”
Mas Flávio rejeitou na terça-feira os ataques e reafirmou que permaneceria na disputa, enquanto lutava pela liberdade do pai.
“Meu preço é Bolsonaro livre e nas urnas”, disse. “Em outras palavras, não há preço.”



