LONDRES (Reuters) – A polícia britânica poderá exigir que migrantes ilegais tirem seus casacos e permitir revistas bucais nos portos britânicos para que os policiais possam procurar telefones celulares ou cartões SIM e coletar informações sobre sua jornada, disse o governo nesta segunda-feira.
O Ministério do Interior (Ministério do Interior) disse que os novos poderes apoiariam investigações destinadas a desmantelar gangues criminosas suspeitas de contrabandear migrantes através do Canal da Mancha.
Afirmou que os gangues utilizam frequentemente contactos telefónicos e redes sociais para recrutar migrantes para travessias em pequenos barcos provenientes de França, que atingiram níveis recordes este ano.
O governo trabalhista tem endurecido as suas políticas de imigração, sobretudo em matéria de imigração ilegal, nos esforços para conter a crescente popularidade do partido populista Reformista do Reino Unido, que tem impulsionado a agenda de imigração.
Espera-se que a lei receba “consentimento real” – uma formalidade que não envolve mais debate – nos próximos dias.
Os policiais podem fazer com que os migrantes tirem casacos, jaquetas ou luvas para procurar dispositivos e podem inspecionar bocas em busca de cartões SIM escondidos ou pequenos eletrônicos, disse o Ministério do Interior.
O departamento governamental, liderado por Shabana Mahmood, explicou que anteriormente, as buscas em telemóveis só eram possíveis após a detenção de um migrante, acrescentando que os novos poderes permitiriam aos agentes recolher informações mais rapidamente.
As pesquisas sugerem que a imigração ultrapassou a economia como a principal preocupação dos eleitores britânicos. Durante o verão, ocorreram protestos em frente a hotéis que abrigavam requerentes de asilo com recursos públicos.
A posição mais dura do governo em relação à migração foi criticada por alguns grupos de direitos humanos, que argumentam que algumas políticas transformam os migrantes em bodes expiatórios e alimentam o racismo e a violência.
“Usar poderes invasivos para vasculhar as roupas – e até mesmo dentro da boca – de pessoas desesperadas e traumatizadas quando elas acabam de sobreviver a uma viagem terrível através do Canal da Mancha é um ato distópico de brutalidade”, disse Sile Reynolds, Chefe de Defesa do Asilo na Freedom from Torture.
(Reportagem de Catarina Demony; Edição de Alex Richardson)



