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Bolsonaro tenta explicar violação do monitor de tornozelo: ‘alucinações’

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Bolsonaro tenta explicar violação do monitor de tornozelo: ‘alucinações’

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse a um juiz no domingo que a violação do monitor de tornozelo na manhã de sábado, que levou à sua prisão, foi devido a “alucinações”.

O ex-líder disse à juíza assistente Luciana Sorrentino que não estava tentando fugir da pena de prisão, mas que tinha alguma “paranóia” causada pela medicação que o levou a investigar sua tornozeleira eletrônica.

Por que é importante

Bolsonaro foi preso no sábado por ordem do Supremo Tribunal do país sob acusações de conspiração para fugir antes de cumprir sua sentença de quase três décadas de prisão, confirmou a Polícia Federal.

Em setembro, o Supremo Tribunal Federal do Brasil condenou Bolsonaro, 70 anos, que liderou o país de 2019 a 2022, por tentar um golpe para permanecer no poder após sua derrota eleitoral. Ele foi condenado a 27 anos e está em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica desde agosto.

Bolsonaro foi condenado por cinco acusações, incluindo tentativa de minar violentamente a ordem democrática do Brasil e participação em organização criminosa armada, entre outras. O ex-presidente é aliado próximo do presidente Donald Trump, que disse anteriormente em julho que o Brasil estava decretando uma “execução política” contra Bolsonaro que é “terrível” e uma “caça às bruxas”.

O que saber

O juiz da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, ordenou a prisão de Bolsonaro depois que ele alegou que a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro foi violada na manhã de sábado, de acordo com a Associated Press. Moraes disse suspeitar que Bolsonaro estava se preparando para fugir dias antes do início da pena de prisão. O ex-presidente foi condenado a usar uma tornozeleira eletrônica, pois o tribunal anteriormente o considerou um risco de fuga.

Ele foi escoltado de sua casa até a sede da polícia em Brasília por volta das 6h de sábado e está sob custódia desde então.

No domingo, Sorrentino disse que Bolsonaro lhe disse durante uma reunião online que “ele teve ‘alucinações’ de que havia algum grampo no monitoramento do tornozelo, então ele tentou descobri-lo”. Ele comentou que tinha “uma certa paranóia” em relação ao monitor, mas não especificou o que exatamente. O documento dizia que Bolsonaro estava usando um ferro de solda na tornozeleira antes de “recuperar o juízo”.

Sorrentino observou que Bolsonaro lhe informou que “não se lembrava de ter tido um colapso desta magnitude em outra ocasião”, acrescentando que pode ter sido causado por uma mudança de medicação nos últimos dias, informou a AP.

A Reuters, citando um documento que detalhava a conversa, informou que ele estava tomando uma nova mistura de medicamentos prescritos por diferentes médicos, alterados apenas quatro dias antes do episódio. Uma cópia online de um pedido português publicado pelo jornalista Leandro Demori observou que os medicamentos incluem um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS) e um que trata dores nos nervos. O Guardian também informou que Bolsonaro atribuiu a paranóia a “um poderoso analgésico e antidepressivo”. Ele também não dormiu bem por vários dias.

Bolsonaro sustentou que não pretendia fugir como Moraes acreditava.

A notícia da sua detenção no sábado provocou reações mistas, com opositores a celebrar e apoiantes a reunirem-se para vigílias e protestos.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se encontrou com o marido no domingo.

O que as pessoas estão dizendo

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse sobre Bolsonaro na reunião do G20 na África do Sul, segundo a AP: “O tribunal decidiu, está decidido. Todo mundo sabe o que ele fez.”

Arthur Lira, advogado e político brasileiro, escreveu em português em um post X: “A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro não se justifica e reabre as feridas da polarização política que obscurece o futuro do Brasil. Nenhum país pode se orgulhar de ter seus últimos presidentes presos.”

O presidente Donald Trump disse a repórteres no sábado que a prisão de Bolsonaro é “muito ruim.”

Fabio Wajngarten, ex-assessor de imprensa e advogado de Bolsonaro, disse em um post X no sábado em português: “A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada nesta manhã, causa profunda perplexidade, principalmente porque, como demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), é baseada em uma vigília de oração. A Constituição de 1988, com razão, garante o direito de reunião a todos, especialmente para assegurar a liberdade religiosa. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa interporá o recurso cabível.

O que acontece a seguir?

Na segunda-feira, o Tribunal votará a ordem de prisão em sessão extraordinária.

Espera-se que Bolsonaro comece sua pena de prisão nos próximos dias.

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