A agência de saúde da ONU alerta que os recentes progressos no combate à doença estão ameaçados devido a uma escassez de ajuda crítica.
Publicado em 13 de novembro de 2025
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As mortes por tuberculose caíram 3 por cento, para 1,23 milhão de pessoas em 2024, afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No seu relatório anual sobre TB publicado na quarta-feira, a agência de saúde das Nações Unidas também revelou que os casos globais da doença diminuíram quase 2 por cento desde 2023.
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Foi a primeira vez desde a pandemia de COVID-19 que os casos e as mortes por TB diminuíram.
Em 2024, um número recorde de 8,3 milhões de pessoas tiveram acesso ao tratamento da TB após terem sido recentemente diagnosticadas, enquanto as taxas de sucesso do tratamento aumentaram de 68 para 71 por cento, disse a OMS.
No entanto, a agência de saúde alertou que os progressos recentes no combate à doença estavam ameaçados devido à escassez de ajuda. O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que isso poderia “reverter os ganhos duramente conquistados”.
No ano passado, estavam disponíveis 5,9 mil milhões de dólares para prevenção, diagnóstico e tratamento, muito abaixo da meta anual de 22 mil milhões de dólares até 2027.
“A diminuição do peso global da TB e o progresso nos testes, no tratamento, na protecção social e na investigação são notícias bem-vindas após anos de retrocessos, mas o progresso não é uma vitória”, afirmou o chefe da OMS.
“O facto de a TB continuar a ceifar mais de um milhão de vidas todos os anos, apesar de ser evitável e curável, é simplesmente injusto”, acrescentou Tedros.
Embora as mortes por tuberculose em 2024 tenham sido 29 por cento inferiores às registadas em 2015, a OMS esperava reduzir este número em 75 por cento até 2025 e 90 por cento até 2030.
O número de mortes poderá até aumentar nos próximos anos, alertou Tereza Kasaeva, directora da divisão da OMS para tuberculose, VIH e infecções relacionadas.
“Os cortes a longo prazo no financiamento dos doadores internacionais poderão resultar em até 2 milhões de mortes adicionais e em 10 milhões de pessoas adoecendo com tuberculose entre 2025 e 2035”, disse Kasaeva.
A agência sofreu um golpe financeiro significativo quando os Estados Unidos se retiraram dela em Janeiro, forçando um corte de 21 por cento nas despesas propostas.
A decisão da administração do presidente dos EUA, Donald Trump, de reduzir a ajuda externa, especialmente da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional, também levantou receios sobre o tratamento global da TB.
No ano passado, a ajuda internacional crítica ajudou a prevenir 3,65 milhões de mortes causadas pela doença, segundo a OMS.



