Embora o novo longa-metragem animado por computador “Aztec Batman: Clash of Realms” dê origem ao nome de um dos super-heróis americanos mais famosos, seu desenvolvimento foi totalmente um acontecimento mexicano.
A lenda cheia de ação reimagina o cruzado de capa como um jovem asteca chamado Yohualli, cujo pai é eliminado quando o conquistador Hernan Cortes aparece na costa do que hoje entendemos como o estado de Veracruz. No momento em que Cortes e seus soldados chegam ao financiamento asteca de Tenochtitlan, o guerreiro Yohualli se tornou um forte guerreiro protegido pelo ser divino morcego chamado Tzinacan (um verdadeiro deus asteca que se encaixa perfeitamente nesta história imaginária).
Gerado pela Ánima Estudios, uma empresa de animação por computador com sede na Cidade do México, uma empresa líder em tecnologia no país há mais de vinte anos, “Aztec Batman” tornou-se um esforço para ampliar a parceria da Ánima com a Detector Bros.
Lançado em 18 de setembro na HBO Max, “Aztec Batman” foi inicialmente desenvolvido como uma minissérie e, em algum momento, assumiu o tipo mais curto de filme. E embora seja um trabalho que visa encantar, os desenvolvedores desejam que também desperte uma nova curiosidade em mercados-alvo mais jovens, especificamente aqueles no México e de ascendência mexicana em outros lugares, para ler mais sobre os indivíduos aborígenes.
“O filme busca produzir satisfação, já que parte de nossas origens como mexicanos são sociedades aborígines”, disse o fundador da Ánima, José C. Garcia de Letona, em espanhol durante uma recente videoconferência. “Para a maioria de nós, o outro componente vem dos espanhóis. Não estamos arbitrando porque nos preocupamos com o que aconteceu, mas, em vez disso, oferecemos uma localização um pouco mais atenciosa aos astecas e a todas as sociedades aborígines.”
Por que concentrar-se nos astecas dentre os vários seres humanos que existiam na área que atualmente constitui o México? “Porque foram eles que desafiaram os espanhóis. Como o nome sugere, foi um choque de reinos”, acrescenta Garcia de Letona.
“Os vencedores normalmente escolhem o que eram os heróis e os bandidos quando escrevem sua versão da história, mas sempre deixam de fora ou diminuem o oposto. E essa é uma oportunidade de contar essa fase do histórico de um ponto de vista que normalmente não é informado”, discute o supervisor Juan Meza-Leon, morador de Ensenada, no estado mexicano de Baja. setor de animação considerando meados dos anos 2000. Embora Meza-Leon tenha créditos de história, Ernie Altbacker, um especialista no mundo dos quadrinhos da DC, criou o roteiro do filme.
O segredo da credibilidade visual e histórica do “Batman Asteca” foi o entendimento que Alejandro Díaz Barriga, um dos mais famosos cronistas da sociedade asteca, mostrou a fabricação.
“Alejandro nos acompanhou desde a fase do manuscrito até a diagramação da personalidade até a última versão do filme”, comenta Garcia de Letona. Os pagamentos de Díaz Barriga consistiam em informações sobre como as vestimentas variavam dependendo da classe social do indivíduo, permitindo à produção entender que os astecas realmente não tinham cadeiras, mesas ou portas em sua vida cotidiana.
O escudo para este Batman foi inspirado nos guerreiros águia asteca e nos guerreiros jaguar, e incorporou aspectos que fazem referência ao deus Tzinacan. Por exemplo, a insígnia do Batman no filme já é conhecida como um layout asteca, embora também seja rapidamente reconhecível como o logotipo do super-herói. “Queríamos que os layouts tivessem aquela qualidade pré-colombiana, mas ao mesmo tempo parecessem perfeitos porque são: personalidades dos quadrinhos”, diz Meza-Leon.
O grupo de animação por computador por trás de “Aztec Batman” era composto principalmente por talentos mexicanos com alguns outros músicos do Brasil e do Peru. “Muitos de nós na América Latina, eu mesmo, nunca imaginamos pertencer a um projeto do Batman, o que nos excitou significativamente”, diz Garcia de Letona.
Desde o início, Detector sugeriu que “Aztec Batman” deveria ser escrito inicialmente em espanhol e depois traduzido para inglês. Os atores espanhóis são compostos pelas estrelas Horacio Garcia Rojas e Omar Chaparro, enquanto a versão inglesa inclui as estrelas mexicano-americanas Jay Hernandez e Raymond Cruz. O cineasta mexicano radicado nos EUA Jorge Gutierrez (“Guia da Vida”) dá voz ao pai de Yohualli, Toltecatzin, em ambas as variações.
Quer você assista com a faixa inicial em espanhol ou com a dublagem em inglês, a discussão está ligada a expressões e palavras da língua náuatle, a língua indígena dos astecas. “Quando a história foi finalizada, trabalhamos com um autor mexicano chamado Alfredo Mendoza, que nos ajudou a incluir a língua náuatle para distinguir os vários reinos, já que ambos falam espanhol no filme”, disse Meza-Leon.
Os bandidos atemporais do Batman também se transformaram em personalidades que existem naturalmente no contexto asteca. O Coringa, por exemplo, acaba sendo Yoka, um curandeiro e braço direito do imperador Moctezuma que pode interagir com os deuses. A Mulher-Gato aparece aqui como uma guerreira jaguar, já que não havia gatos de estimação residenciais nas Américas. Algumas liberdades inovadoras foram tomadas – os astecas não permitiriam que as mulheres se tornassem competidoras experientes. O suspeito Cortes acaba sendo Duas-Caras, enquanto Toxin Ivy parece uma sereia enigmática.
“A ideia não era fazer uma cópia das personalidades, mas registrar seu significado, então você poderia dizer, ‘Esse é o Coringa’, ‘Essa é Duas Caras’, ‘Essa é a Mulher-Gato’, embora nunca os tenhamos chamado por esses nomes”, diz Meza-Leon. “Também nunca o chamamos de Batman; é Tzinacan ou Morcego Guerreiro, mas o espírito do personagem existe.”
Como o projeto foi inicialmente criado como uma coleção, Meza-Leon já criou um globo maior. Se esta fase inicial prosperar com os mercados-alvo, uma continuação do “Batman Asteca” será viável. O filme está atualmente em exibição nos cinemas mexicanos e em streaming em todo o mundo. “Desejo que tenha sucesso suficiente para continuarmos descobrindo essa versão alternativa da ocupação do México, pois ainda restam várias ideias”, afirma Meza-Leon.
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